De 1998 a 2016, banco fechou 140 contratos com 15 países — a maioria teve início depois da chegada de Lula à Presidência
Se depender da Câmara dos deputados, o patrocínio do governo Lula via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social a outros países não acontecerá tão facilmente. Só neste ano, foram apresentados quatro projetos que proíbem o BNDES de financiar projetos no exterior.
O deputado Mendonça Filho, ex-ministro da Educação de Michel Temer, é autor de um desses projetos. Em entrevista à edição desta semana da Revista Oeste, Mendonça Filho afirma que o objetivo principal da proposta é impedir a “farra com o dinheiro público”. “O discurso dos petistas era que isso faria com que a gente pudesse internacionalizar boa parte das nossas empresas na área de engenharia, exportar serviços e, consequentemente, buscar rendimentos futuros decorrentes desse tipo de financiamento”, disse. “Acontece que essa política foi um fracasso tremendo. Resultou em corrupção endêmica. Vários fatos envolvendo o Petrolão, que foram detectados durante a Operação Lava Jato, identificou que esses financiamentos alimentavam uma rede de corrupção”.
O projeto de Mendonça Filho estabelece que qualquer financiamento externo por meio de banco oficial só seja efetivado depois do aval do Congresso Nacional. “Essa medida serve para que o Legislativo controle os empréstimos e impeça essa farra com o dinheiro público”, explicou. “Penso que o BNDES precisa focar em financiar infraestrutura necessária ao Brasil na área de saneamento básico, estradas, aeroportos, portos etc. Enfim, algo que possa agregar e diminuir danos para a economia brasileira, com o objetivo de gerar emprego e oportunidades”.