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Eletrobras já perdeu R$ 35 bilhões em valor de mercado


“Sem dúvida, o que gerou essa variação abrupta nos papéis da Eletrobras foram os comentários sobre reestatização. Há um temor dos investidores a respeito de uma eventual retomada da força do governo nas votações e até mesmo do possível controle da companhia”

Foto: Reprodução

No início deste mês, a Advocacia-Geral da União (AGU), apresentou uma ação ao Supremo Tribunal Federal (STF), na qual pede que a Corte declare parcialmente inconstitucionais alguns dispositivos da Lei de Desestatização da Eletrobras. O Executivo pede mudanças na regra que limita a participação da União e demais acionistas a 10% do direito de voto na companhia.

De acordo com o Metrópoles, os questionamentos sobre uma lei aprovada pelo Legislativo e rumores acerca de uma possível reestatização vêm mexendo com o mercado e afetando as ações da empresa. Desde que Lula foi eleito, em outubro de 2022, a Eletrobras perdeu 30% em valor de mercado, recuando de R$ 115 bilhões para R$ 80 bilhões, segundo dados da TradeMap.

Um dos grupos mais diretamente prejudicados pelo derretimento da Eletrobras é o dos brasileiros que decidiram usar parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para comprar ações da empresa. Cada trabalhador pôde aplicar até 50% do saldo em conta do FGTS.

Ao todo, foram destinados R$ 6 bilhões para a aquisição dos papéis da companhia, que valiam R$ 42 na época da privatização e hoje rondam a casa dos R$ 35 (queda de 17%). De acordo com um levantamento da Economatica, as perdas desses investidores já somam R$ 1 bilhão em pouco menos de um ano.

“Sem dúvida, o que gerou essa variação abrupta nos papéis da Eletrobras foram os comentários sobre reestatização. Há um temor dos investidores a respeito de uma eventual retomada da força do governo nas votações e até mesmo do possível controle da companhia”, afirma Hugo Queiroz, diretor de Corporate Advisory da L4 Capital.

Segundo o analista, apesar de existirem outros fatores que contribuíram com a desvalorização dos papéis – como o processo de reestruturação interna da Eletrobras, o período de excesso de chuvas e uma oferta maior de fontes renováveis –, o maior responsável é mesmo o governo federal.

Aline Coelho

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