Na determinação, Alexandre de Moraes alegou que o senador apresentou versão diferente dos fatos ao ser ouvido pela Polícia Federal
A Polícia Federal realiza, nesta quinta-feira, 15, uma operação de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES). A informação foi divulgada pela colunista Bela Megale, de O Globo.
Segundo A Gazeta, em nota, a PF informou que cumpre três mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em endereços ligados a senador, em Brasília e Vitória. Na Capital Federal, as buscas ocorrem no apartamento funcional ocupado por Do Val e no gabinete dele no Senado.
A autorização judicial para a realização da ação partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Procurada, a assessoria do senador disse que ele não vai se pronunciar neste momento. De acordo com informações da GloboNews, Do Val encontra-se em Vitória, onde comemora o aniversário de 52 anos, completados nesta quinta, 15.
Na quarta, 14, o senador afirmou em uma publicação no Twitter que as ações de Moraes são inconstitucionais.
“Seguindo o que determina a Constituição que cabe aos senadores fiscalizar, afastar e até impeachmar ministros do STF. É notório em todos os meios jurídicos e entre os magistrados, por todo o Brasil, as ações anticonstitucionais do ministro Alexandre de Moraes”, disse ele.
No último dia 1º, Do Val apresentou pedido de convocação do ministro Alexandre de Moraes na CPMI do 8 de janeiro. No pedido, o senador disse que é “necessário a oitiva de todos os atores envolvidos”. O ministro do STF é relator do inquérito que investiga os ataques à Praça dos Três Poderes.
Em fevereiro deste ano, Moraes determinou abertura de investigação para apurar as declarações feitas por Do Val de que teria recebido uma proposta para participar de um golpe de Estado.
Naquela ocasião, o senador havia declarado que participara de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira, que tinha como objetivo induzir o ministro Alexandre de Moraes a ”reconhecer” que ultrapassou as quatro linhas da Constituição com o ex-presidente da República.
Na determinação, Alexandre de Moraes alegou que o senador apresentou versão diferente dos fatos ao ser ouvido pela Polícia Federal e, por isso, deve ser feita a investigação dos crimes de falso testemunho, calúnia e coação no processo. “Após a oitiva, o relator constatou que o senador apresentou quatro versões antagônicas sobre o fato, a última em depoimento à PF, o que demonstra a “pertinência e necessidade” da realização de diligências para o seu completo esclarecimento e para a apuração dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo”.