Lula vinha demonstrando preocupação com a perseguição a aliados políticos por parte da Procuradoria-Geral da República
A Folha informa nesta quarta-feira, 20, que o novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, escolheu para atuar em seu gabinete subprocuradores que participaram de ações de combate à corrupção como a Operação Lava Jato e o mensalão.
Segundo O Antagonista, o procurador Alexandre Espinosa foi escolhido para atuar como vice-procurador-geral eleitoral, função que era de Gonet. Espinosa foi auxiliar de Antonio Fernando de Souza e Raquel Dodge tanto nas investigações do mensalão quanto na Lava Jato.
Outro integrante do MPF que ganhou força na gestão Paulo Gonet é Raquel Branquinho. A subprocuradora foi responsável por apurações no mensalão e auxiliou Dodge na área penal. Ela integrava o time de Dodge durante as denúncias do esquema de corrupção atribuído pelo MPF aos irmãos Joesley e Wesley Batista, do conglomerado J&F. Branquinho vai exercer a função de chefe da Procuradoria.
E a Secretaria de Cooperação Internacional será comandada por Anamara Osório. Anamaria foi coordenadora da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo.
“Com uma trajetória jurídica e acadêmica dedicada ao direito constitucional e direitos fundamentais, Gonet vinha oferecendo poucas pistas sobre suas opiniões na área criminal. Os nomes selecionados pelo novo chefe do MPF indicam que ele quer se cercar de profissionais que ampla experiência justamente nessa área”, informa o jornal.
O novo procurador-geral da República afirmou em seu discurso de posse que o Ministério Público Federal (MPF) pretende se ater ao “trabalho técnico, e não aos holofotes“. O indicado pelo presidente Lula para comandar o órgão pelos próximos dois anos declarou que é preciso “resgatar” do papel da instituição.
“No nosso agir técnico, não buscamos palco, nem holofotes. Mas, com destemor, havemos de ser fiéis e completos, ao que nos delega o Constituinte e nos outorga o legislador democrático. Devemos ser inabaláveis diante dos ataques dos interesses contrariados e constantes diante da efervescência das opiniões ligeiras. Devemos sobretudo ter a audácia de sermos bons, justos e corretos”, disse.
Como mostramos, Lula vinha demonstrando preocupação com a perseguição a aliados políticos por parte da Procuradoria-Geral da República. Os primeiros sinais de Paulo Gonet, no entanto, não são nada bons. Nada bons para o petista.