Os números de mortos e feridos variam, e até o momento, não foram divulgados dados oficiais
Os venezuelanos tomaram as ruas na segunda-feira, 29, para protestar contra a contestada reeleição do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). Imagens de panelaços, incêndios em ruas e estações policiais, além de manifestantes feridos e mortos, estão circulando nas redes sociais e aplicativos de mensagens. De acordo com a ONG Foro Penal, ao menos seis pessoas morreram, dezenas ficaram feridas e 132 foram presas. Esses dados foram atualizados nesta terça-feira, 30, às 10h na Venezuela (11h em Brasília).
As manifestações começaram após o Colégio Nacional Eleitoral (CNE) anunciar a vitória de Maduro com 51% dos votos, enquanto o principal opositor, Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita), teria recebido 44% dos votos, conforme as autoridades eleitorais venezuelanas.
O Observatório de Conflitos da Venezuela registrou 187 protestos em 20 estados do país até às 18h locais (19h em Brasília) de segunda-feira (29 de julho), relatando forte repressão por parte de grupos paramilitares e forças de segurança. “Exigimos que as autoridades venezuelanas garantam o direito à manifestação e expressão pacífica de todas as pessoas. Instamos também a população a exercer seus direitos de forma pacífica”, apelou a ONG nas redes sociais.
Os números de mortos e feridos variam, e até o momento, não foram divulgados dados oficiais.
Em transmissão ao vivo do palácio presidencial na segunda-feira, 29, Maduro afirmou que as forças de segurança estavam agindo contra “manifestantes violentos” e recebeu apoio das cúpulas das Forças Armadas. “Temos acompanhado todos os atos de violência promovidos pela extrema-direita”, declarou Maduro. “Já vimos esse filme. Então, mais uma vez, com a união civil, militar e policial, estamos agindo. Já sabemos como eles operam.”
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, alertou no X (antigo Twitter) sobre a possibilidade de repetição das “situações terríveis de 2014, 2017 e 2019”, quando centenas de manifestantes antigoverno foram mortos. Segundo ele, até a noite de segunda-feira, 29, 23 militares ficaram feridos nos confrontos.