Gayer continuou seu discurso dizendo que expressaria aquilo que, segundo ele, muitos senadores não têm coragem de falar, criticando o que classificou como um “império ditatorial”
Em uma sessão solene no Senado Federal em homenagem ao centenário de Jaime Tomaz de Aquino, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) desviou do tema e aproveitou seu discurso, na última terça-feira, 3, para abordar o que descreveu como um momento crítico para a democracia brasileira. Durante sua fala, Gayer acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de intimidar parlamentares, mencionando ligações com ameaças a senadores e deputados.
Dirigindo-se ao senador Eduardo Girão (Novo-CE), que presidia a sessão, o deputado afirmou: “Fico muito indignado ao ver uma pessoa da sua estatura, da sua honra, receber uma ligação de intimidação para tentar censurar as pessoas que o senhor convidou para participar aqui.” Gayer continuou seu discurso dizendo que expressaria aquilo que, segundo ele, muitos senadores não têm coragem de falar, criticando o que classificou como um “império ditatorial” em construção no Brasil, sem a devida intervenção do Senado.
O parlamentar também ressaltou que o Legislativo tem sido impedido de agir pela interferência direta do STF. “Que PEC, que PL? Não adianta! Se a gente propõe uma PEC, um PL, vai ministro do STF ligar para senador e ameaçar… Nós não podemos legislar, presidente.”
Ainda durante seu pronunciamento, Gayer mencionou a morte de Clériston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, que estava preso sob ordem do ministro Alexandre de Moraes, suspeito de envolvimento nos atos de 8 de janeiro. “Um homem morreu na prisão. Um prisioneiro político morreu na prisão”, disse o deputado, ao destacar o impacto da prisão para a família de Cunha.