A pressão internacional sobre o regime chavista só aumenta, enquanto González, agora exilado na Espanha, busca apoio para reverter o resultado oficial das eleições e retomar seu lugar na política venezuelana
O governo dos Estados Unidos refutou qualquer envolvimento em um plano de derrubada do líder venezuelano Nicolás Maduro, após a detenção de três americanos, dois espanhóis e um tcheco sob suspeita de participarem de ações para desestabilizar o país.
Um representante do Departamento de Estado americano reconheceu à agência Reuters que um militar dos EUA estava entre os presos, mas negou a existência de uma operação orquestrada para remover Maduro do poder, classificando as acusações como “completamente falsas”. O porta-voz reiterou que os Estados Unidos mantêm seu apoio a uma solução democrática para a crise venezuelana.
Diosdado Cabello, figura chave do governo chavista, fez o anúncio oficial das detenções em uma transmissão televisionada no sábado, 14 de setembro. Segundo ele, mais de 400 armas foram apreendidas, transportadas dos EUA por mercenários com o objetivo de eliminar Maduro, a vice-presidente Delcy Rodríguez, e outras lideranças do regime.
Cabello também acusou a CIA e o Centro Nacional de Inteligência (CNI) da Espanha de participação na conspiração. O governo espanhol, no entanto, desmentiu que os cidadãos detidos tivessem qualquer ligação com a CNI.
As prisões ocorrem em um momento de grande atrito entre o governo de Maduro e os Estados Unidos, assim como com a Espanha, que recentemente passou a apoiar a oposição venezuelana. O Congresso espanhol aprovou uma moção em 11 de setembro para reconhecer Edmundo González como vencedor das eleições venezuelanas de julho, em oposição à vitória de Maduro, que é considerada fraudulenta. Embora o regime chavista tenha emitido um mandado de prisão contra González, a autenticidade dos documentos eleitorais que garantem sua vitória foi confirmada por organizações internacionais, como o Centro Carter, a ONU e a União Europeia.
A pressão internacional sobre o regime chavista só aumenta, enquanto González, agora exilado na Espanha, busca apoio para reverter o resultado oficial das eleições e retomar seu lugar na política venezuelana.