Além da investigação criminal, o Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal também abriu um inquérito civil para apurar as acusações
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um inquérito na Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 17, para investigar denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A decisão atendeu a um pedido da PF, apoiado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Além da investigação criminal, o Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal também abriu um inquérito civil para apurar as acusações. As denúncias contra Almeida, feitas pela ONG Me Too Brasil, especializada em casos de assédio, incluem alegações de assédio sexual e moral.
O Ministério dos Direitos Humanos, sob a nova gestão da ministra Macaé Evaristo (PT), apagou publicações nas redes sociais que defendiam o ex-ministro. Nas notas, Almeida havia repudiado as acusações, chamando-as de uma tentativa de ataque pessoal e uma “campanha” contra sua imagem, especialmente como homem negro em posição de poder. A pasta também havia sugerido que a ONG tentou influenciar a licitação do Disque 100, uma plataforma de denúncia de direitos humanos.
Almeida foi exonerado na noite de sexta-feira, 6 de setembro, após uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na decisão, Lula ouviu ministros como Ricardo Lewandowski (Justiça), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Anielle Franco (Igualdade Racial). A ministra Anielle Franco, segundo o portal *Metrópoles*, seria uma das vítimas de assédio.
Em sua defesa, Silvio Almeida negou as acusações, classificando-as como “denunciação caluniosa”, crime previsto no Código Penal. Ele alegou que as denúncias são infundadas e têm como objetivo destruir sua reputação pública.