A expectativa do mercado financeiro é de um déficit ainda maior em 2024
As projeções da equipe econômica do governo indicam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentará um déficit primário de R$ 68,8 bilhões em 2024, considerando despesas não incorporadas na meta fiscal. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Planejamento e Orçamento nesta segunda-feira, 23, no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas do 4º bimestre. A estimativa atual de déficit primário para 2023 é de R$ 28,3 bilhões, perto do limite permitido de R$ 28,8 bilhões.
No Orçamento de 2024, há R$ 40,5 bilhões em despesas autorizadas que não estão sujeitas ao marco fiscal, incluindo custos com a calamidade no Rio Grande do Sul e a emergência climática causada por queimadas. O governo liberou R$ 1,7 bilhão em gastos após zerar o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões, impulsionado por uma arrecadação recorde que superou expectativas. No entanto, foram bloqueados R$ 2,1 bilhões em despesas devido a gastos obrigatórios acima do previsto.
Participaram da apresentação dos dados o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, e outros representantes econômicos, mas não detalharam quanto cada ministério receberá. O governo ainda mantém R$ 13,3 bilhões bloqueados para cumprir as metas fiscais aprovadas em agosto de 2023.
Apesar do aumento na receita primária de R$ 2,698 trilhões para R$ 2,700 trilhões, a projeção de despesas também cresceu, passando de R$ 2,230 trilhões para R$ 2,242 trilhões, impulsionada por um acréscimo de R$ 17,6 bilhões em despesas obrigatórias. A expectativa do mercado financeiro é de um déficit ainda maior em 2024, com estimativas apontando para um rombo de R$ 66,7 bilhões.