A ordem de prisão também inclui Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência, e Patricia Bullrich, ministra da Segurança Nacional da Argentina
Nesta segunda-feira, 23, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela emitiu um mandado de prisão contra o presidente argentino Javier Milei (La Libertad Avanza), acusando-o de crimes como roubo agravado e privação de liberdade. A decisão foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil. A ordem de prisão também inclui Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência, e Patricia Bullrich, ministra da Segurança Nacional da Argentina.
Entre os crimes citados na decisão estão roubo agravado, legitimação de capital, simulação de atos puníveis, privação ilegítima de liberdade, interferência na segurança operacional da aviação civil e desativação de aeronaves. A medida é uma resposta direta à apreensão de um Boeing 747 da Emtrasur, subsidiária de uma empresa estatal venezuelana, pela Argentina e subsequente transferência da aeronave para os Estados Unidos. O Departamento de Justiça dos EUA alegou que o avião foi adquirido da Mahan Air, uma companhia iraniana sancionada por Washington, em violação às leis norte-americanas.
A crise entre os dois países se intensificou quando Milei se recusou a reconhecer a reeleição de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, acusando o processo de fraudulento e pedindo que as Forças Armadas venezuelanas defendam a democracia. Em resposta, Maduro ordenou a expulsão de todo o corpo diplomático argentino da Venezuela, obrigando diplomatas e funcionários consulares a deixarem o país.
A escalada nas tensões diplomáticas marca um momento crítico nas relações entre Argentina e Venezuela, evidenciando o choque entre as lideranças de direita e esquerda na América Latina.