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Ministra da saúde diz que vício em apostas on-line é uma pandemia

A ministra apontou que o vício é alimentado pela facilidade e velocidade com que os usuários entram no ciclo de dependência

Foto: reprodução

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, classificou nesta sexta-feira, 27, o vício em apostas on-line, conhecidas como “bets”, como uma “pandemia” que deve ser tratada com urgência pelas políticas de saúde pública.

“É uma pandemia, guardada a questão da gravidade. Isso precisa ser trabalhado na saúde. A consequência é grave do ponto de vista da dependência”, afirmou a ministra, enfatizando que a resposta ao problema deve ser tão enérgica quanto as medidas adotadas contra o tabagismo no Brasil.

Nísia ressaltou a necessidade de regulação e controle, especialmente em relação à publicidade, para conter o impacto dessas plataformas. “É muito importante a regulação. É muito importante olhar para a publicidade. É colocar na mesma gravidade do que o Brasil fez em relação ao tabaco”, destacou. A ministra apontou que o vício é alimentado pela facilidade e velocidade com que os usuários entram no ciclo de dependência, o que tem gerado graves problemas de saúde mental, afetando muitas famílias, inclusive jovens e crianças.

A declaração ocorreu após o lançamento da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos. Segundo a ministra, um grupo de trabalho já está desenvolvendo estratégias para combater o abuso nas apostas on-line, que tem levado inclusive adolescentes a endividarem-se com agiotas.

Dados do Banco Central mostram que, apenas em agosto, beneficiários do Bolsa Família transferiram cerca de R$ 3 bilhões via Pix para plataformas de apostas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que a pasta está desenvolvendo um sistema de controle para impedir que usuários utilizem cartões de crédito para apostar e monitorará CPFs para detectar uso abusivo dessas plataformas.

Aline Coelho

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