Apesar dos desafios, Haddad demonstrou confiança no ajuste fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 29, que o pacote de ajustes fiscais anunciado na última quarta-feira, 27, não representa o desfecho do esforço do governo para equilibrar as contas públicas. “Esse conjunto de medidas não é o gran finale, não é bala de prata. Daqui três meses, posso voltar à planilha para discutir a evolução do BPC e da Previdência”, disse Haddad durante um almoço de fim de ano com dirigentes da Febraban.
O ministro pediu cautela na análise das medidas propostas, destacando que eventuais erros de cálculo poderão ser corrigidos em diálogo com o Congresso e o presidente Lula. Segundo ele, o pacote reflete a promessa de buscar equilíbrio fiscal e atende às demandas do mercado por reforço no arcabouço fiscal.
Haddad também ressaltou que o ajuste fiscal exige o comprometimento de todos os Poderes. “Não é tarefa só do Executivo. Temos que convencer o Congresso Nacional que bondades precisam ser compensadas”, declarou. Ele elogiou o Legislativo pelo trabalho em reduzir gastos tributários, mas alertou que é necessário seguir avançando.
O ministro justificou o não cumprimento do déficit zero neste ano devido à falta de aprovação da proposta para acabar com a desoneração da folha de pagamento e incentivos ao setor de serviços. “Estamos até hoje pagando por problemas que foram herdados”, afirmou.
Apesar dos desafios, Haddad demonstrou confiança no ajuste fiscal. “Eu acredito no ajuste, defendo ele onde vou, é crença minha. Agora, não vamos conseguir fazer tudo o que tem que ser feito com bala de prata”, concluiu, reiterando que novas ações podem ser apresentadas conforme a evolução das contas públicas.