Uma delegação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participou, nesta quarta-feira, 8, de uma motociata em apoio ao presidente venezuelano Nicolás Maduro. A “grande caravana” ocorreu em Caracas, organizada por lideranças chavistas locais, e contou com a presença de cinco integrantes do MST, incluindo um dos fundadores do movimento, João Pedro Stédile.
O evento teve início no bairro de Petare, no leste da capital, e seguiu até o Palácio de Miraflores, residência oficial da presidência. A delegação brasileira viajou ao país a convite do próprio Maduro para acompanhar a posse presidencial, marcada para esta sexta-feira, 10.
Durante a viagem, o MST enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando que o governo brasileiro reconheça a reeleição de Maduro, mesmo diante das controvérsias sobre a lisura do pleito. O movimento defendeu o “respeito pela soberania popular” e a “transparência dos resultados” como argumentos para justificar o apoio ao líder venezuelano.
Apesar disso, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela não apresentou provas documentais que confirmem a vitória de Maduro, enquanto a oposição divulgou atas apontando Edmundo González Urrutia como o verdadeiro vencedor da eleição.
A participação do MST no evento e o apoio explícito ao regime de Maduro geraram reações críticas no Brasil. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) usou as redes sociais para condenar a atitude do movimento, afirmando que são os mesmos que acusam os outros de serem “golpistas e antidemocráticos”.
O apoio do MST ao governo venezuelano, aliado ao Partido dos Trabalhadores (PT), reacende o debate sobre as relações do governo brasileiro com regimes políticos contestados internacionalmente.