O deputado também defendeu a importância do diálogo entre as lideranças da Casa
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou, nesta segunda-feira, 3, que não tomaria a iniciativa de abrir um processo de impeachment contra o presidente da República sem o consentimento do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Para Côrtes, uma decisão dessa magnitude, sem o alinhamento prévio, seria um ato de “deslealdade”.
“Nem eu, nem qualquer nome que tivesse no meu lugar como primeiro vice-presidente, poderia tomar uma atitude de abrir um impeachment contra um presidente da República sem estar de acordo com Hugo Motta, isso seria deslealdade”, declarou o parlamentar, destacando a importância da coesão interna na Câmara.
Apesar da existência de inúmeros pedidos de impeachment, como o relacionado ao programa Pé-de-Meia, Altineu enfatizou que, mesmo em situações em que estivesse substituindo o presidente da Câmara, não tomaria tal decisão de forma isolada. “Existem muitos pedidos de impeachment, por exemplo o Pé-de-Meia, o assunto é extremamente grave, mas essa prerrogativa, mesmo que eu esteja representando o presidente da Câmara no momento em que ele estiver ausente, eu jamais poderia fazê-lo sem estar de acordo com o presidente Hugo Motta”, acrescentou.
O deputado também defendeu a importância do diálogo entre as lideranças da Casa e ressaltou que sua postura será de apoio ao governo quando os projetos forem benéficos para a população. “A Câmara hoje precisa de diálogo entre os líderes, o Brasil não precisa hoje de confronto, é para isso que eu vou trabalhar aqui. Ajudando ao governo, quando o projeto for bom para o povo brasileiro, essa foi a determinação do presidente Bolsonaro, nós vamos estar votando com o governo se o projeto for bom para ajudar a vida dos brasileiros, e sendo radicalmente contra se não for bom para o brasileiro”, afirmou.
Nos bastidores do Congresso, um grupo de parlamentares da oposição prepara um novo pedido de impeachment contra o presidente Lula, que deve ser protocolado após o recesso parlamentar. O documento, que já conta com mais de 100 assinaturas, acusa o chefe do Executivo de crimes de responsabilidade relacionados ao programa Pé-de-Meia. A iniciativa ganhou força após o Tribunal de Contas da União (TCU) decidir pelo bloqueio de parte dos recursos destinados ao programa, alegando falta de previsão orçamentária na sua implementação.
