O processo segue em segredo de Justiça, o que restringe o acesso a detalhes específicos da investigação
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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou um novo pedido de prisão do ex-prefeito de Iporá, Naçoitan Araújo Leite (sem partido), acusado de tentativa de feminicídio contra sua ex-esposa, Hayzza Haytt Souza Alves, e de tentativa de homicídio contra o namorado dela, Guilherme Fernandes Silva. O crime ocorreu em 1º de dezembro de 2023, quando Naçoitan ainda estava no exercício do mandato.
O ex-prefeito já havia sido preso anteriormente pelo caso, permanecendo detido por mais de três meses. O processo segue em segredo de Justiça, o que restringe o acesso a detalhes específicos da investigação.
O MP-GO argumenta que Naçoitan descumpriu medidas protetivas de urgência, aproximando-se da vítima em situações que teriam violado decisões judiciais. Segundo o órgão, esses descumprimentos demonstram risco à integridade física e psicológica das vítimas, justificando a necessidade da prisão preventiva.
O advogado de Naçoitan, Éder José de Castro Furtado, classificou o pedido do MP-GO como “sem embasamento legal”, alegando que não houve descumprimento das medidas protetivas de forma intencional:
“Visto a alegação de supostas violações de área, sob argumento de aproximação da vítima, não condiz com a real verdade dos fatos, vez que as aproximações ocorreram em cruzamentos de trânsito, onde são de poucos segundos, assim não existindo dolo na conduta do ex-prefeito, eis que não teve intenção e jamais descumpriu ou descumprirá o determinado pela Justiça.”
A defesa sustenta que o ex-prefeito não demonstrou intenção (dolo) em suas ações e que qualquer encontro com a vítima foi circunstancial e breve, sem configurar ameaça ou desrespeito às ordens judiciais.
O episódio de violência, que resultou em tentativas de homicídio, chocou a comunidade de Iporá e ganhou destaque no estado. O desenrolar do processo poderá ter impacto não só na vida política de Naçoitan, mas também em debates mais amplos sobre violência de gênero e responsabilização de agentes públicos acusados de crimes graves.
O pedido do MP-GO agora está nas mãos da Justiça, que deve decidir, nos próximos dias, se decreta ou não a nova prisão preventiva do ex-prefeito.