O dólar encerrou o dia em baixa de 1,2%, cotado a R$ 5,697 na venda, sendo negociado abaixo de R$ 5,70 pela primeira vez desde o início de novembro
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A piora na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impactou positivamente os mercados financeiros nesta sexta-feira, 14, após a divulgação da pesquisa Datafolha. O levantamento mostrou que a aprovação do governo caiu para 24%, o menor nível registrado nos três mandatos do petista. Em comparação com a pesquisa anterior, de dezembro, houve uma queda de 11 pontos percentuais.
O dólar encerrou o dia em baixa de 1,2%, cotado a R$ 5,697 na venda, sendo negociado abaixo de R$ 5,70 pela primeira vez desde o início de novembro. No momento da publicação da pesquisa, a moeda norte-americana estava em torno de R$ 5,71. O Ibovespa também reagiu, fechando em alta de 3%, aos 128.218 pontos, acelerando a valorização observada no decorrer do dia.
Para Solange Srour, colunista do CNN Money, a surpresa da pesquisa foi a velocidade da queda na aprovação do presidente. “O mercado ainda está digerindo como isso aconteceu”, afirmou, apontando fatores como a inflação e as recentes polêmicas sobre a taxação do Pix.
O economista Daniel Telles, da Valor Investimentos, avaliou que o resultado da pesquisa gerou uma resposta clara dos investidores. “Após a divulgação, a bolsa deu uma guinada. Pela primeira vez há um recado claro de que uma possível não reeleição de Lula agrada o mercado”, destacou.
A relação entre o governo e os agentes econômicos tem se desgastado nos últimos meses, com episódios como a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a crise de comunicação sobre a fiscalização da Receita Federal no Pix. Segundo Marcelo Bolzan, da The Hill Capital, “a reprovação recorde do governo trouxe um otimismo maior ao mercado”.
Apesar da reação imediata, Srour pondera que ainda é cedo para prever mudanças significativas na política econômica do governo. “O cenário externo ainda está muito volátil”, concluiu.