Os magistrados defenderam que um ex-presidente deve ser julgado por toda a casa
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A escolha do ministro Alexandre de Moraes de levar à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro causou descontentamento entre outros integrantes da Corte. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou a acusação nesta terça-feira, 18, apontando a suposta participação de Bolsonaro em uma trama para se manter no poder após as eleições de 2022.
A denúncia, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, será analisada por um grupo composto por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. No entanto, ministros ouvidos pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, afirmaram que um julgamento de tamanha relevância deveria ser feito pelo plenário completo do STF. “Não dá para julgar um ex-presidente desta forma”, declarou um deles.
Os magistrados ressaltaram que os réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro foram julgados pelo colegiado inteiro e que o mesmo critério deveria ser adotado no caso de Bolsonaro. Além disso, argumentam que a decisão final da Corte teria mais legitimidade se fosse tomada por todos os ministros.