A defesa do ex-presidente pediu o impedimento dos dois ministros
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou que os ministros votem no plenário virtual sobre a participação de Cristiano Zanin e Flávio Dino no julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado em 2022. A decisão será tomada em sessão extra, entre os dias 19 e 20 de março.
A defesa do ex-presidente pediu o impedimento dos dois ministros. No caso de Zanin, o argumento é que ele já se declarou suspeito em um julgamento anterior envolvendo Bolsonaro, além de ter atuado como advogado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de assumir o cargo no STF. “Não compreendo existir hipótese que possa configurar o meu impedimento para participar do julgamento”, afirmou Zanin.
Já Dino é contestado por ter movido uma queixa-crime contra Bolsonaro em 2021, quando ainda era governador do Maranhão. O ex-presidente o acusou de não garantir segurança em uma visita ao estado. Dino rejeitou qualquer impedimento, alegando que já analisou outros casos envolvendo Bolsonaro de maneira técnica.
Na última sexta-feira, 14, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um parecer defendendo que Zanin e Dino podem participar do julgamento.
A análise da denúncia da PGR começará nos dias 25 e 26 de março pela Primeira Turma do STF, que julgará inicialmente oito nomes ligados à suposta trama golpista. Entre os acusados estão Bolsonaro, os ex-ministros Augusto Heleno, Braga Netto, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira, além do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e o tenente-coronel Mauro Cid.
Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas, mas os julgamentos foram divididos em grupos para agilizar a tramitação do processo. A data para a análise dos demais acusados ainda não foi definida.
