O presidente da Câmara, que tem priorizado o trabalho das comissões em detrimento da tramitação de urgência, disse à CNN que a decisão será tomada em conjunto
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), estuda a criação de uma comissão especial para debater o projeto de lei que propõe anistiar os condenados pelos atos de 8 de Janeiro. A medida surge como alternativa ao pedido de urgência prometido pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), que pretende apresentar a solicitação na reunião de líderes desta quinta-feira, 20.
Durante um ato no Rio de Janeiro no último domingo, 16, Sóstenes reafirmou seu compromisso com a tramitação rápida da proposta. “Estou assumindo aqui o compromisso com todos vocês de que nesta semana, quinta-feira, na reunião do colégio de líderes, nós vamos dar entrada com a minha assinatura e dos 92 deputados do PL e de vários outros partidos que eles vão ficar surpresos”, declarou.
A criação da comissão especial atende a um acordo feito pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com PT e PL, durante as negociações para sua sucessão. No entanto, sua instalação depende da indicação de membros pelos líderes partidários.
Antes de avançar com esse plano, Sóstenes pretende discutir o tema com Motta, em reunião marcada para a noite desta quarta-feira, 19. O presidente da Câmara, que tem priorizado o trabalho das comissões em detrimento da tramitação de urgência, disse à CNN que a decisão será tomada em conjunto com os líderes partidários. “A Câmara levará a proposta, caso ela chegue mesmo, para o Colégio de Líderes”, afirmou.
O projeto enfrenta resistência dentro da Casa, mas o PL alega já ter mais de 250 votos favoráveis em diferentes legendas, incluindo Progressistas, União Brasil, PSD, Podemos, MDB e Solidariedade. Bolsonaro também aguarda um posicionamento do Republicanos, partido de Hugo Motta, cujo presidente, Marcos Pereira (SP), prometeu avaliar o apoio da bancada à proposta.
