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Gleisi recua e diz que projeto de anistia do 8 de janeiro é “barbaridade”

Após causar mal-estar com o STF, ministra nega negociação por penas mais leves e afirma que revisão cabe apenas ao Judiciário

Foto: reprodução

Uma semana após declarações que provocaram desconforto entre ministros do Supremo Tribunal Federal, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, recuou publicamente e afirmou ser contrária à proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Em entrevista veiculada nesta quarta-feira, 16, pela GloboNews, ela classificou o projeto como uma “barbaridade” e disse que o Congresso nem deveria colocá-lo em discussão.

A fala marca uma tentativa de correção de rota, depois que, no último dia 10, Gleisi sugeriu que poderia haver uma negociação no Congresso para reduzir penas de réus, desde que não houvesse perdão para os mentores do movimento, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Talvez, a gente até tenha que fazer essa discussão mesmo no Congresso”, disse na ocasião, mencionando também o planejamento de ações que incluiriam ataques a autoridades do governo e do Judiciário.

A declaração foi mal recebida no STF. Segundo a colunista Andréia Sadi, ministros interpretaram que o governo estaria disposto a barganhar sentenças em nome da estabilidade política, invadindo atribuições do Judiciário. A percepção foi de que o Planalto teme que a oposição consiga aprovar a anistia total, incluindo Bolsonaro.

Na nova entrevista, Gleisi tentou esclarecer: “Cabe ao Congresso conversar com o Judiciário sobre as queixas de parlamentares quanto às penas. Mas revisar pena é papel do Judiciário. Não tem anistia nenhuma, como quer Bolsonaro.”

Para a ministra, a narrativa de que o governo quer interferir no Judiciário é distorcida por aliados do ex-presidente, numa tentativa de confundir a opinião pública. Ela afirmou que o governo não irá apoiar nenhum tipo de perdão que permita aos articuladores do ataque à democracia escaparem das consequências legais.

Aline Coelho

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