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Galípolo admite frustração no Banco Central com inflação fora da meta

Galípolo indicou que os instrumentos tradicionais de controle inflacionário não têm tido os efeitos esperados

Foto: reprodução

Apesar de reconhecer os avanços no controle dos preços, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que há desconforto interno com o fato de a inflação ter superado a meta em 2024. A fala ocorreu nesta terça-feira, 22, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

“Obviamente, estamos todos no BC incomodados por não estarmos cumprindo a meta”, disse Galípolo, referindo-se ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou o ano em 4,83%, acima do centro da meta de 3%, ainda que dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Em tom técnico, ele buscou contextualizar o cenário. “Estamos falando de um patamar de inflação muito inferior ao que vivíamos no período (pré-Plano Real) e, ao mesmo tempo, mais próximo das taxas observadas em economias avançadas e emergentes”, ponderou.

No entanto, Galípolo indicou que os instrumentos tradicionais de controle inflacionário não têm tido os efeitos esperados. “Existe um debate fora do Brasil sobre como a economia brasileira segue dinâmica mesmo com uma taxa de juros restritiva”, observou. Para ele, isso levanta dúvidas sobre a eficácia dos canais de transmissão da política monetária. “Pode ser que alguns canais estejam entupidos, o que acaba exigindo doses maiores do remédio para obter o mesmo efeito”, afirmou.

O presidente do BC também ressaltou que a normalização da política monetária depende de reformas estruturais, muitas das quais, segundo ele, extrapolam a competência da instituição.

Aline Coelho

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