Governo Lula tenta viabilizar medida que pode beneficiar milhões, mas enfrenta questionamentos sobre como compensará impacto de quase R$ 26 bilhões
O projeto que eleva para R$ 5 mil a faixa de isenção do Imposto de Renda segue em tramitação na Câmara dos Deputados e pode ser aprovado em até 15 dias, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista ao UOL nesta segunda-feira, 12 de maio, ele classificou a proposta como “justa” e elogiou a condução política do relator Arthur Lira (PP-AL), a quem chamou de “negociador duro que cumpre acordos”.
Com a retirada do pedido de urgência constitucional em 5 de maio, o governo destravou a pauta da Câmara, que estava paralisada desde o vencimento do prazo de 45 dias para apreciação da matéria. A manobra permitiu a criação da comissão especial, agora presidida pelo deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA), o que pode acelerar as articulações em torno do projeto.
A intenção do governo é aprovar a mudança até o fim do ano para que a nova faixa de isenção comece a valer em 1º de janeiro de 2026. O impacto fiscal estimado pela equipe econômica é de R$ 25,8 bilhões. No entanto, apesar do entusiasmo de parte dos parlamentares, ainda há dúvidas sobre a compensação da renúncia de receita, sem que isso leve a aumento de impostos ou desequilíbrio nas contas públicas.
A proposta atende a uma promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e busca aliviar o peso tributário sobre a classe média assalariada, mas sua aprovação dependerá da costura política e da apresentação de alternativas fiscais.
