Motta destacou que Haddad se comprometeu a revisar o decreto sobre o IOF no fechamento do próximo bimestre

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira, 9, que pode haver um “descasamento” entre o governo federal e o Congresso Nacional quanto às medidas para conter a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A declaração foi feita durante debate promovido pelos jornais Valor Econômico, O Globo e a rádio CBN, com o tema Agenda Brasil: o cenário fiscal brasileiro.
Segundo Motta, o Palácio do Planalto não tem garantias de que os projetos elaborados pelo Executivo serão acolhidos pelo Legislativo. “Se o Congresso não concordar com muitas das medidas que o governo vai trazer, vai haver um descasamento e daqui a 2, 3 meses, vamos estar discutindo qual será o decreto, a medida que virá para aumentar imposto, para compensar gasto”, alertou o deputado.
No domingo, 8, o presidente da Câmara esteve reunido com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e lideranças das duas Casas para tratar das alternativas ao aumento do IOF. O objetivo do encontro foi buscar consenso antes de medidas mais duras por parte do governo.
Motta destacou que Haddad se comprometeu a revisar o decreto sobre o IOF no fechamento do próximo bimestre. Para o parlamentar, o momento exige uma discussão profunda e estruturada, e não apenas ajustes pontuais. “Ou se faz um debate para discutir o que importa, a parte estrutural, ou vamos ficar nesse debate recorrente. Fica um remendo”, declarou.
As declarações evidenciam o clima de tensão entre Executivo e Legislativo diante dos desafios fiscais e da pressão por equilíbrio nas contas públicas.