Felipe foi acusado de mentir sobre o regime soviético e acabou sendo chamado de nazista por alguns perfis.
No último domingo (03), o youtuber Felipe Castanhari publicou em seu canal “Nostalgia” um vídeo onde abordou alguns aspectos da história entre os dois países protagonistas do mais recente conflito bélico na Europa. O documentário “Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia” gerou polêmica nas redes sociais, pois, na película, Castanhari narra alguns fatos acerca do Holodomor – ou “holocausto comunista”, grande fome que acometeu a Ucrânia graças às políticas socialistas do ditador Josef Stalin, entre 1932 e 33, onde estimam-se terem morrido até 12 milhões de pessoas. Por reconhecer tal acontecimento histórico – declarado pela própria Ucrânia, em 2006, como genocídio – Felipe foi acusado de mentir sobre o regime soviético e acabou sendo chamado de nazista por alguns perfis.
Muitos seguidores do influencer negaram o horror vivido pelo povo ucraniano sob tutela do regime comunista da União Soviética e criticaram as falas de Felipe que vão contra o imaginário dos apoiadores da esquerda que negam que o socialismo seja um regime nefasto e perverso.
A economista Renata Barreto comentou o assunto em suas redes sociais. “Felipe Castanhari, ao falar de Holodomor abriu a porta do inferno da esquerda senil que se recusa a reconhecer fatos que não são bonitos para a ideologia que defendem”, escreveu. Na postagem Renata ainda explanou alguns detalhes da política de expropriação e coletivização de bens, adotada pela União Soviética que deu início à “Grande Fome” em meados de 1927.
“Castanhari falou de um episódio que é um FATO documentado, mas a ânsia de defender o indefensável faz com que muitos da esquerda classifiquem Holodomor como uma mentira, inventada pelos nazistas. Como seria se alguém negasse o Holocausto?”, indagou a economista que alertou, “que fique de lição para que Felipe Castanhari aprenda quem ele alimenta com seus vídeos e o público que ele atinge. Ele já publicou muita desinformação, omissão e distorção da história e da economia”, reforçou Renata.
No Twitter, um usuário afirmou que Felipe “literalmente divulgou propaganda nazista”. Castanhari foi questionado ainda por não citar suas fontes de pesquisa e foi equiparado ao ministro da propaganda de Hitler. Outro usuário da rede social disparou: “Aqui vemos o ministro da propaganda nazista, criador de fantasias contra a URSS [União das Repúblicas Socialistas Soviéticas] sendo replicado até hoje pelo youtuber Castanhari, fantoche da mídia e replicador de sofismas sem fonte. ‘Uma Mentira dita mil vezes, torna-se verdade’ – Joseph Goebbels”, publicou.
O youtuber respondeu à onda de críticas. “Não importa o que eu faça, não importa como eu faça, não importa o quão responsável eu seja, não importa nada, SEMPRE vão arrumar alguma coisa pra querer colocar em dúvida o meu trabalho. Eu juro que eu queria entender o que eu fiz de tão errado aqui pra essa galera me odiar tanto”, disse, “esse ódio direcionado ao meu trabalho é uma coisa que destruiu completamente a minha saúde mental nos últimos anos. Eu juro que queria fingir que simplesmente não me importo, mas quando você dedica sua vida a uma coisa, é muito difícil não ser afetado por tudo isso”, lamentou.
A jornalista e youtuber Nilce Moretto saiu em defesa do colega. Através de seu perfil “Nil #ForaBolsonaro | #VacinaJá” ela tuitou: “Não acho que seja ódio, é oportunismo barato. A coisa mais fácil é ganhar like e popularidade, (quem sabe voto e renda?) atacando ou destruindo. ‘Vc’ [Felipe Castanhari] é uma pessoa que produz, que constrói e, ao fazer isso, se torna alvo cobiçado. E sim, SEMPRE vão atacar. Não existem sem isso”.
As falas de Nilce também foram alvo de críticas. Uma usuária questionou a blogueira dizendo “agora entendi por que a Nilce trancou o perfil dela. Anti-desinformação EXCETO com meus amigos”, provocou. Após a repercussão do caso, a jornalista, bem como seu colega Castanhari, trancou seu perfil no Twitter.