Edison Geraldo Bovo citou em missa que ex-presidente é o ‘maior ladrão do mundo’ e que comprou Supremo Tribunal Federal.
O ex-presidente presidiário Luís Inácio Lula da Silva (PT) entrou com um pedido “notificação para explicações” contra o padre Edison Geraldo Bovo que pastoreia em Laranjal Paulista, a 160 quilômetros de São Paulo.
O petista ingressou com a notificação após o padre dizer, em missa, que Lula é o “maior ladrão do mundo “e que comprou o Supremo Tribunal Federal”. Os advogados de Lula questionam se o padre sabe que o ex-presidente “foi absolvido” em ações criminais. A defesa do sacerdote respondeu que Lula não foi absolvido, mas teve ações arquivadas por prescrição.
Os defensores do padre Bovo afirmam que “quem deve prestar contas à população são [ex] integrantes do funcionalismo público, tal como o requerente (Lula) deveria prestar a respeito de fatos pretéritos que possuem [no mínimo] um cariz imoral”.
Os advogados do padre citam ainda que não é o pagador de impostos e o cidadão comum que devem prestar contas das coisas que pensam “em relação às imoralidades ocorridas durante e a respeito do exercício de mandato presidencial do requerente”.
“Sobre o ponto, por maior que seja a boa vontade da qual todas as almas são merecedoras, forçoso é reconhecer que em verdade, muito embora não se possa falar em condenação criminal vigente contra o senhor ex-presidente da República não é possível reconhecê-lo como ‘absolvido’ quando, em verdade, notícias dão conta da perda do direito do Estado de punir por força do advento da prescrição”, alegam os advogados de Bovo.
O padre, segundo informações da revista Oeste, também afirma que é um homem de virtudes que tenta ajudar a população de Laranjal Paulista e região. De acordo com a petição, Bovo é um dos responsáveis pela Frac-Emaús, entidade responsável pelo tratamento e recuperação de dependentes químicos e alcoólatras.
“A atuação à frente desta associação beneficente demanda grande energia e sacrifício do padre Edison e de muitos outros colaboradores, os quais tiveram seu foco naturalmente prejudicado pela insegurança [e injustiça] causada pela interpelação judicial da qual ora se trata”, citam os advogados.
Com a reposta enviada por padre Bovo, a promotora de Justiça Ana Cláudia Dutra Cristofani pediu intimação de Lula para “que requeira o que entender de direito”.