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PCC acessou câmeras de segurança da prefeitura de São Paulo

As informações constam em relatório produzido pela Polícia Federal (PF).

Os integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que organizaram o plano de assassinato do senador Sergio Moro (União-PR) tiveram acesso a informações do Detecta — o programa de monitoramento da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP). As informações constam em relatório produzido pela Polícia Federal (PF).

Em conversa interceptada pela PF, um dos investigados pede ao comparsa que investigue a placa de um carro da Polícia Civil. “Parceiro, precisava saber aonde esse carro andou de sábado até hoje [sic]”, diz a mensagem. “Consegue dar uma força para mim, para vê [sic] no Detecta?”

O comparsa repassou as informações de cadastro do carro, como o ano de fabricação e o local de emplacamento. O veículo era da Polícia Civil de São Paulo, segundo a imagem.

O Detecta é um agregador de informações que, teoricamente, poderia ser acessado apenas por agentes das forças de segurança. Em São Paulo, veículos que passam por um radar de velocidade têm suas informações armazenadas no banco de dados do Detecta. Esses dados deveriam ser sigilosos.

Quando os agentes de segurança acionam o Detecta, conseguem identificar quais veículos circularam pelas ruas do Estado. O sistema contribui especialmente para a recuperação de veículos roubados, informa Revista Oeste.

Mas não para aí. O Detecta também fornece endereço e informações colhidas do RG dos indivíduos e dos registros da polícia, como antecedentes criminais e boletins de ocorrência registrados pelos cidadãos. O acesso a essas informações também deveria ser monitorado.

Em nota, a SSP informou que deu início a uma investigação rigorosa sobre os fatos relatados pela PF. “Se confirmada qualquer irregularidade, o responsável será preso e responderá pelos seus atos à Justiça”, comunicou o órgão.

A lista negra do PCC

A facção criminosa tem o objetivo de assassinar políticos e autoridades brasileiras. Sua lista negra é formada especialmente por Moro, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pelo ex-secretário de Administração Penitenciária Lourival Gomes, pelo deputado federal Coronel Telhada (PP-SP), pelo diretor de presídios Roberto Medina e pelo promotor de Justiça Lincoln Gakiya.

Nesta semana, a PF prendeu os integrantes do PCC que planejavam resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Depois de fracassarem na operação, os criminosos decidiram assassinar políticos em Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

O plano contra Moro foi descoberto pela PF ainda no ano passado, quando o ex-juiz disputava uma vaga no Senado. Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, Gakiya revelou os bastidores da operação. “Eu que levei uma testemunha protegida para depor”, disse. “Eu e Mário Sarubbo, procurador-geral de Justiça, levamos o caso ao conhecimento do ex-ministro Moro. Isso ocorreu em 30 de janeiro. Na mesma data, encontramos a cúpula da PF, para quem entregamos uma representação para a instauração de uma investigação. A PF de Curitiba instaurou um inquérito policial em 3 de setembro do ano passado.”

Foto: Reprodução

Aline Coelho

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