Os resíduos hospitalares não são novidade na praia, onde agulhas sobressaem na areia
Resíduos hospitalares que se espalham pela praia poluída de Paparo, a 130 quilômetros de Caracas, capital da Venezuela, viraram brinquedos de crianças, segundo reportagem da agência de notícias France-Presse.
Seringas, agulhas, cateteres e tubos para colher amostras de sangue são alguns dos materiais com risco de contaminação que se acumulam pela areia da praia.
O lixo percorre o rio Tuy, que recebe as águas poluídas do Guaire, um corpo hídrico que atravessa a capital do país, até desembocar no mar em Paparo, povoado de 3 mil habitantes.
Segundo o Terra Brasil Notícias, os resíduos hospitalares não são novidade na praia, onde agulhas sobressaem na areia. O material chega ao mar em garrafas cheias destes insumos hospitalares descartados.
As agulhas “são consideradas a categoria mais perigosa de resíduo hospitalar, devido ao risco de ferimentos com potencial elevado de infecção”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O sistema público de saúde da Venezuela entrou em colapso décadas atrás. Muitos incineradores não funcionam, e a falta de políticas para a classificação e o manuseio de resíduos agrava esta situação.
O Guaire é a principal via de escoamento das águas residuais de Caracas e está poluído há mais de um século. O ditador Hugo Chávez, morto em 2013, prometeu despoluí-lo em 2005, o que nunca aconteceu.
A Venezuela é o segundo país mais pobre do mundo, de acordo com um estudo divulgado há duas semanas pelo professor Steve Hanke, da universidade norte-americana Johns Hopkins. A ditadura de Nicolás Maduro fica atrás apenas do Zimbábue, país africano que, ao lado de outros países daquele continente, lidera rankings de pobreza há anos.
Outros três países do continente americano estão na desonrosa lista: Argentina, no 6º lugar; Cuba, em 9º; e o Haiti, em 12º. O professor publicou no Twitter a lista dos 15 países mais pobres em 2022.