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PF diz que não há indícios de participação de Do Val ou de Bolsonaro “na missão”

Supõe que Silveira, estivesse se utilizando do nome de Jair Bolsonaro, e da “atuação de caráter absolutamente ambíguo de Marcos do Val”, informa relatório

Foto: Reprodução

No relatório em que analisou o conteúdo do celular do senador Marcos do Val (Podemos-ES), a PF identificou “indícios e elementos relevantes para investigação”. E apontou 11 conclusões a partir do conjunto de conversas mantidas pelo parlamentar pelo WhatsApp, com personagens como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-deputado Daniel Silveira, o ministro do STF Alexandre de Morais, entre outros.

Segundo Veja, o documento diz que a análise mostrou detalhes da reunião em que Silveira insistira que Do Val participasse com a presença de Bolsonaro, tratada pelo então deputado bolsonarista como “uma grande oportunidade”, e confirma que ele esteve no Palácio da Alvorada no dia 8 de dezembro de 2022. Após a saída dos dois do local, Silveira enviou mensagens com o que a PF descreveu como “detalhes operacionais da missão” de gravar Moraes.

A mensagem “Se aceitar a missão, parafraseando o 01, salvamos o Brasil”, enviada por Silveira a Marcos do Val, foi então encaminhada pelo senador para o ministro do STF, assim como informação de que a reunião havia acabado. A PF então registrou que o parlamentar, “estranhamente”, passou a revelar detalhes da “suposta reunião” com o deputado e o presidente a terceiros, nos grupos “Chefias”, com dois assessores, e “Amigas para eternidade”, composto por ele e quatro mulheres.

As mensagens trocadas entre ele e um número ligado à Presidência da República, identificado como Bolsonaro, levaram a Polícia Federal a confirmar que ambos se encontraram, já que o senador escreveu, no dia 9, “Bom dia Presidente! Foi um grande prazer estar com você ontem…”. que Bolsonaro respondeu: “Um abraço”.

Na sequência, o relatório aponta como “relevantes” as mensagens em que Do Val faz o “segundo repasse de informações” a Moraes, com detalhes da reunião do dia de dezembro. E destaca a afirmação de que quem estaria fazendo a movimentação para tirá-lo da função e até levá-lo à prisão seria Daniel Silveira, e que Bolsonaro “não estaria inclinado a isso”. No dia 12 daquele mês, ele voltou a pedir para encontrar o ministro e disse que lhe pediram uma “ação exdrúxula [sic] e imoral e até criminal”.

A PF então registrou que uma declaração do senador ao então deputado “causa estranheza”. “Devido a outra função que exerço, tive que reportar para a inteligência americana. Amanhã teremos uma posição para te passar”, afirmou Do Val. Mas a PF não encontrou no WhatsApp dele mensagens sobre o assunto com nenhum contato dos Estados Unidos e classificou a afirmação como um possível “blefe”. No dia seguinte, ele declinou da “missão” Silveira.

Já ao final das conclusões, o relatório destaca uma conversa no dia 1º de fevereiro deste ano entre o senador e um número que seria do ex-presidente, salvo como “Presidente Jair Bolsonaro – Particular”, que a PF identificou ser vinculado a ele. Na troca de mensagens, Do Val fala sobre a matéria que a VEJA publicaria sobre uma conversa entre os dois e Silveira e diz acreditar que teria havido um vazamento de um policial federal autorizado pelo ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino. E enviou prints de conversas que teve com Silveira e Moraes. “Importante você ter ciência”, escreveu. Bolsonaro então respondeu: “Coisa de maluco”. “Exatamente”, concluiu Do Val.

Para a PF, a expressão usada pelo ex-presidente revela as possibilidades de que Silveira, “para conferir importância e credibilidade inexistentes à sua malfadada orquestração de um golpe de Estado”, estivesse se utilizando do nome de Jair Bolsonaro, e da “atuação de caráter absolutamente ambíguo de Marcos do Val, que parecia valer-se de prints de conversas com as mais altas autoridades da República para, colocando-as umas contra as outras, angariar prestígio pessoal e político”.

Aline Coelho

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