Esse “novo patamar” vai dar novo impulso à identificação dos mandantes do assassinato, ainda de acordo com Flávio Dino
A investigação sobre o homicídio da vereadora Marielle Franco ganhou um novo capítulo. Em uma delação premiada realizada há cerca de 20 dias, ex-PM Élcio de Queiroz confirmou à Polícia Federal que Ronnie Lessa disparou contra a parlamentar do Rio de Janeiro, e seu motorista, Anderson Gomes. A informação é da TV Globo.
Segundo o Terra, informações do Estadão dizem que a novidade foi revalada durante uma coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, 24, pelo ministro de Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para falar a cerca da prisão preventiva do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, que também teria envolvimento no crime, e já tinha sido condenado por obstrução judicial por ajudar a esconder provas desse caso.
Dino não deu detalhes sobre a delação, mas segundo a emissora, Élcio confessou também que dirigiu o Cobalt prata usado no ataque, e Ronnie atirou contra os dois usando uma submetralhadora.
De acordo com o ministro, a delação revelou agora que Suel também ajudou no planejamento do assassinato da vereadora e chegou inclusive a monitorar pessoalmente os passos das vítimas antes do crime. A colaboração premiada foi fechada há cerca de 20 dias e homologada pela Justiça.
“Nessa delação premiada ele confirma a sua própria participação, confirma a participação de Ronnie Lessa e traz os elementos colhidos em relação ao senhor Maxwell. Temos outros aspectos que constam dessa delação e derivados das buscas e apreensões ocorridas hoje. É claro portanto que teremos desdobramentos”, afirmou Dino.
Para o ministro da Justiça, com as diligências realizadas nesta manhã, há a conclusão de uma fase da investigação, “com a confirmação de tudo o que aconteceu na execução do crime”. Os relatos apontam a dinâmica do assassinato, detalhando itinerários e roteiros dos criminosos.
De acordo com o ministro da Justiça, a delação de Queiroz colocou o caso em novo patamar, além de ter confirmado o que já se sabia sobre a execução do crime por Lessa e Queiroz. Esse “novo patamar” vai dar novo impulso à identificação dos mandantes do assassinato, ainda de acordo com o ministro.
“Há uma espécie de mudança de patamar da investigação. Se conclui a investigação sobre a execução e há elementos para um novo patamar, a identificação dos mandantes. Nas próximas semanas provavelmente haverá novas operações derivadas das provas colhidas hoje”
“Esse evento de enorme importância, a ocorrência da delação premiada, com a confirmação de outros personagens, da dinâmica do crime, dos executores, permitirá esse caminho, que nós temos a convicção, a esperança – como é o nome da operação – que conduzirá aos mandantes”, frisou.
Ainda segundo Dino, não há dúvidas da participação da milícia no homício. “Há a participação de outras pessoas, isso é indiscutível. [As investogações] Indicam a atuação das milícias e do crime organizado”, confirmou.