25.8 C
Goiânia
spot_img

China mantém protagonismo nos Brics e Brasil perde influência

A China quer expandir sua influência sem correr risco de perder o posto de protagonista dos Brics

Foto: Reprodução

Os Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – anunciaram, nesta quinta-feira (24), que vão incluir mais seis países ao bloco a partir do próximo ano. Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã foram os selecionados para integrar o bloco. A escolha dessas nações, de acordo com especialistas, coloca o bloco em uma clara oposição ao Ocidente, além de evidenciar o poder de Xi Jinping, ditador da China, e a perda de protagonismo do Brasil entre os Brics.

“Sigo sem saber o que o Brics pretende além de um simbolismo poderoso […] Isso fica óbvio com a escolha do Irã, por exemplo. Pode até tornar as coisas mais difíceis”, disse o economista e criador do acrônimo Brics, Jim O’Neill, em entrevista à BBC News Brasil.

Segundo Gazeta do Povo, embora os critérios de escolha para os seis países não tenham sido esclarecidos com a “Declaração de Joanesburgo”, os especialistas ouvidos traçam alguns caminhos que podem justificar as decisões. Além de não serem alinhados às narrativas do Ocidente, nenhum dos países representa uma ameaça à China – que anseia o lugar dos Estados Unidos de maior potência mundial.

Ainda que grandes potências emergentes tivessem interesse em fazer parte dos Brics, a exemplo da Indonésia, a escolha parece ter sido baseada em países com pouca perspectiva econômica. O motivo disso, explicam analistas, é que a China quer expandir sua influência sem correr risco de perder o posto de protagonista dos Brics.

Para o consultor de comércio internacional da BMJ Consultores Associados Tito Sá, os desdobramentos da 15ª Cúpula dos Brics mostram uma força absoluta da China sobre os demais países-membros. “Seria muito difícil frear esse avanço e essa pressão chinesa. É evidente que essa expansão é capitaneada pela China, que tem se tornado a maior economia do mundo”, analisa.

“A diplomacia brasileira foi muito resistente com essa expansão e o medo, que ainda se mantém, era do Brasil perder influência dentro do bloco. E essa perda é inevitável. Isso vai acontecer. Espera-se uma perda de influência do Brasil dentro dos Brics, pois com a entrada desses novos países, o poder é diluído. Isso é um fato agora e a China é a maior beneficiada desse processo”, pontua Sá.

Aline Coelho

spot_img
spot_img
spot_img
Últimas Notícias
Notícias relacionadas
spot_imgspot_img