O modelo foi inaugurado pelo petista na última edição da sua live, transmitida há duas semanas
Após duas semanas sem fazer sua live semanal, o presidente Lula realizou nesta terça-feira sua transmissão ao vivo, e voltou ao formato acompanhado pelos ministros Camilo Santana (Educação) e Nísia Trindade (Saúde). Com isso, o presidente repete um formato adotado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que também costumava levar ministros para suas transmissões.
Segundo O Globo, o modelo foi inaugurado pelo petista na última edição da sua live, transmitida há duas semanas, quando Lula levou Camilo Santana para falar das ações do governo para a área da educação.
Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que as lives não aconteceram devido à “pesada agenda internacional do presidente Lula, no G20, na Índia, e na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque”.
Transmitida normalmente às terças-feiras, o programa, no entanto, já foi ao ar em outros dias da semana para encaixar melhor na agenda do presidente e já foi feito, até mesmo, fora do país.
Lula chegou da Índia, há duas semanas, onde participou do G20. Ele pousou em Brasília no começo da madrugada de terça-feira. Por conta desse horário de volta, o presidente decidiu não fazer o programa “Conversa com o Presidente”. Apesar de ter pousado em Brasília perto de meia noite, o presidente despachou normalmente no dia seguinte do Palácio da Alvorada e teve uma semana normal de agendas.
Sem citar o ministro, o petista defendeu votações secretas na Corte, em que as posições de cada magistrado não sejam conhecidas, apenas o resultado final dos julgamentos. Para o presidente, “a sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte”.
A frase de Lula foi altamente criticada, inclusive por ex-ministros da Suprema Corte. Em entrevista ao GLOBO, o ministro Ricardo Lewandoski afirmou que a publicidade “é um princípio constitucional” e que não é possível “nenhum retrocesso nesse sentido”. A aposentadoria do ministro abriu a vaga hoje ocupada por Zanin.
A primeira live foi ao ar no dia 13 de junho e iria para a sua 14ª edição nesta semana. Desde então, a transmissão já precisou ser adaptada para se encaixar na agenda de Lula e já foi ao ar, por exemplo, da África do Sul — durante a cúpula dos Brics — , em Puerto Iguazú — durante o Mercosul —, em Belém — na cúpula da Amazônia, e de Bruxelas.
Concebida para levar um ambiente descontraído e informal ao público, a live tem o objetivo de cumprir outro papel: disputar as redes sociais e tentar “pautar” o debate nacional. Desde o início do governo, há preocupação de auxiliares de Lula para que a Presidência não fique a reboque dos acontecimentos ou dos temas explorados pelos veículos de comunicação.
A EBC transmite semanalmente as lives pelas redes e pela televisão, sempre no canal destinado para a comunicação do governo, rebatizado na terça-feira de CanalGov.