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Deputados da base de Lula acionam STF para investigar Janones por fake news na campanha do presidente

O conteúdo levou um grupo de 41 parlamentares, a maioria bolsonarista, a apresentar uma notícia-crime ao STF pedindo que Procuradoria Geral da República (PGR) investigue Janones

Foto: Reprodução

Políticos de partidos que comandam ministérios no governo Lula aderiram a um movimento que pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) que tome providências a respeito do papel exercido pelo deputado federal André Janones (Avante-MG) na campanha vitoriosa do petista no ano passado.

A Corte foi acionada depois que o parlamentar admitiu, em um livro a ser lançado em breve, ter compartilhado informações falsas ao longo da disputa presidencial com o intuito de “desestabilizar” o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Segundo O Globo, inicialmente, Janones era, ele próprio, aspirante à Presidência. Contudo, o mineiro optou por desistir da candidatura e declarou apoio a Lula, passando a atuar como uma espécie de consultor informal da campanha petista nas redes sociais.

Na obra, que chegará nas livrarias em 20 de novembro, o deputado traz bastidores de sua atuação na corrida eleitoral e faz revelações sobre conteúdos inverídicos que ele teria ajudado a impulsionar, como revelou O GLOBO.

O conteúdo levou um grupo de 41 parlamentares, a maioria bolsonarista, a apresentar uma notícia-crime ao STF pedindo que Procuradoria Geral da República (PGR) investigue Janones.

A manifestação entregue ao ministro Luís Roberto Barroso nesta segunda-feira inclui seis nomes que pertencem a partidos que, na teoria, integram a base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assinaram o documento, por exemplo, os deputados Fred Linhares (DF) e Messias Donato (ES), ambos do Republicanos, e Evair de Melo (ES), do PP.

Os dois partidos do Centrão ganharam um ministério cada no Planalto há cerca de dois meses, após uma longa negociação. André Fufuca (PP) passou a comandar a pasta do Esporte, enquanto Silvio Costa Filho (Republicanos) recebeu a de Portos e Aeroportos. A iniciativa contra Janones, porém, também ganhou a adesão de políticos de siglas que estão na Esplanada desde o início do governo.

O PSD de Sargento Fahur (PR), o MDB de Rafael Pezenti (SC) e o União Brasil de Rodrigo Valadares (SE) comandam, cada um, três ministérios na gestão petista. Os parlamentares de legendas governistas uniram-se a nomes do núcleo duro bolsonarista, como Paulo Bilynskyj (PL-SP), Marcos Pollon (PL-MS),Carla Zambelli (PL-SP), Mário Frias (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.

O livro As declarações de Janones estão presentes no livro “Janonismo cultural: o uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil”. O GLOBO obteve a íntegra do livro, de 176 páginas, divididas em 12 capítulos com títulos como “Janones, eu autorizo”, “Tocando o gado” e “Influencer não, político”. No capítulo “O celular de Bebianno”, o parlamentar revela que inventou estar em posse do aparelho pouco antes do debate da TV Globo, o último antes do segundo turno, numa tentativa de abalar emocionalmente Bolsonaro.

Advogado, Gustavo Bebianno conquistou a confiança do ex-presidente ainda durante a campanha de 2018 e assumiu o posto de secretário-geral da Presidência no início do mandato, mas deixou o cargo ainda nos primeiros meses da gestão, passando de aliado a desafeto.

Aline Coelho

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