O congressista ressalta que “neste cenário, no qual o Ministério da Justiça oculta agendas, é bem possível que existam tratativas obscuras, privilegiando acordos ilegais e contrários ao interesse público”
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apresentou nesta segunda-feira, 13, um pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR) para afastamento “imediato” do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O congressista quer que o aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja investigado por crime de responsabilidade, prevaricação e “condescendência criminosa”.
Segundo a Revista Oeste, a motivação do pedido foi em função da divulgação de que a mulher de um dos líderes do Comando Vermelho compareceu à sede do Ministério da Justiça, em Brasília. Em maio, Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “Dama do Tráfico Amazonense”, se reuniu com assessores da pasta.
No texto enviado à PGR, Flávio Bolsonaro diz que Dino manteria uma “agenda paralela e oculta” para se encontrar com “criminosos”. De acordo com o senador, isso violaria os princípios da publicidade e da transparência.
A representação que pede a investigação do ministro foi entregue à procuradora-geral da República interina, Elizeta Ramos. No texto, o senador afirma, ainda, que “o ministro da Justiça e Segurança Pública atua como elo na intermediação entre os traficantes e criminosos e a pasta do governo Lula”.
O congressista ressalta que “neste cenário, no qual o Ministério da Justiça oculta agendas, é bem possível que existam tratativas obscuras, privilegiando acordos ilegais e contrários ao interesse público”.
Em seu perfil no Twitter/X, Flávio considerou ser impossível que a “inteligência” do Ministério da Justiça não soubesse quem é Luciane Barbosa Farias. A “Dama do Tráfico” é casada há 11 anos com o traficante Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, que está preso desde o fim do ano passado.
Nesta segunda-feira, 13, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Luciane, investigada por fazer parte do braço financeiro da facção criminosa Comando Vermelho no Amazonas, esteve em duas reuniões no Ministério da Justiça.
De acordo com a pasta, nas ocasiões, ela teria se identificado como representante da organização não governamental de defesa dos direitos de presos “Instituto Liberdade do Amazonas”. Segundo um inquérito da Polícia Civil do Amazonas, a organização, fundada há dois anos, responde por lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas.