O fenômeno da alta temperatura não se restringe apenas a Goiás; o aumento no consumo de energia elétrica é uma tendência observada em todo o Brasil
Os consumidores em Goiás têm registrado um aumento significativo no consumo de energia elétrica neste ano, especialmente a partir de setembro, devido às frequentes ondas de calor que impactaram não apenas o estado, mas todo o país. De acordo com dados do Inmet, 2023 é considerado o ano mais quente em 174 anos de medições. Em outubro, foi estabelecido um recorde histórico de consumo na área de concessão da Equatorial em Goiás, atingindo 225 kWh por instalação. No entanto, em novembro, essa marca foi superada, alcançando um novo recorde de 234 kWh por instalação, representando um aumento de 4%.
O fenômeno da alta temperatura não se restringe apenas a Goiás; o aumento no consumo de energia elétrica é uma tendência observada em todo o Brasil. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), houve um crescimento de 8,1% em outubro, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, atingindo 45.920 gigawatts-hora (GWh), o maior consumo registrado desde o início da série histórica em 2004.
Marcos Aurélio Silva, executivo de Faturamento da Equatorial Goiás, destaca que, ao comparar o consumo de energia nos meses de novembro e julho deste ano, antes do aumento das temperaturas, aproximadamente 1,4 milhões de clientes experimentaram um aumento superior a 30%. Dentre eles, 476 mil apresentaram crescimento acima de 100%. O consumo médio residencial em novembro de 2023 teve um aumento de 29% em relação ao mesmo mês do ano anterior e de 4% em comparação com o mês anterior. Esse crescimento é impulsionado principalmente pelo intenso calor, resultando em maior utilização de equipamentos refrigeradores e mudanças nos hábitos de consumo, como o aumento do uso de ar-condicionado, ventiladores e maior consumo de alimentos e bebidas refrigeradas.
Para contextualizar, o consumo médio residencial em Goiás normalmente fica em torno de 173 kWh. As persistentes ondas de calor têm gerado sobrecarga na rede elétrica em todo o país, com o Operador Nacional do Sistema (ONS) estimando um crescimento de 13,3% na demanda de carga para novembro em todo o Brasil.
