Trata-se da primeira vez em anos que a inflação está a diminuir e não a acelerar
A Argentina observa uma queda na inflação pela quinta semana consecutiva, conforme apontam relatórios de diversas consultorias e o portal de notícias local Ambito. Portanto, após Milei desvalorizar o peso argentino para chegar em seu valor real, e liberar os preços de diversos itens, a inflação começou a reagir positivamente.
Segundo Block Trends, vale ressaltar que a melhora é observada na diminuição do aumento, e não em uma súbita queda da inflação. Mesmo assim, a desaceleração dos preços marca um acontecimento que há tempos não era visto na Argentina. Trata-se da primeira vez em anos que a inflação está a diminuir e não a acelerar.
Nesse sentido, após uma série de medidas econômicas, a inflação em alimentos e bebidas mediu um aumento de 2,1% na terceira semana de janeiro. Desse modo, marcando a quinta semana consecutiva de queda após o recorde de 11,5% na terceira semana de dezembro.
Agora, a atenção se volta para os preços regulados, que, com o fim do congelamento dos serviços, devem pressionar o índice de inflação de janeiro. Contudo, há um consenso de que essa taxa será menor do que a de dezembro.
No acumulado do mês de janeiro, a inflação nesse segmento alimentícios atingiu 10,7%, com uma média de 28,6% nas últimas quatro semanas. Apesar de elevada, essa média tende a diminuir nas próximas semanas.
Por outro lado, o poder de compra de quem adquiriu Bitcoin manteve-se igual ou melhor. Desse modo, mesmo com o recuo do preço da criptomoeda nos últimos dias, a valorização desde dezembro de 2023 é maior que da inflação do mesmo período.
Em dezembro de 2023, o preço do Bitcoin em pesos argentinos (ARS) experimentou uma valorização significativa. O preço da criptomoeda começou o mês em torno de 14.430.454,16 ARS e aumentou para cerca de 34.122.534,47 ARS no final do mês, representando um aumento de aproximadamente 136,5%.
Comparando ambos, é possível dizer que apesar da queda o Bitcoin ofereceu uma boa proteção contra a inflação para os investidores argentinos desde dezembro. Enquanto a inflação de alimentos e bebidas pressionava o custo de vida, o Bitcoin não apenas preservou, mas significativamente aumentou o poder de compra daqueles que o detinham em suas carteiras.
Ainda sobre a inflação Argentina, ao dissecar o índice médio de 28,6% nas últimas quatro semanas, o segmento de “Carnes” foi o que mais contribuiu. Assim, representando 32% da variação mensal e adicionando 9,02 pontos percentuais ao índice. Outros segmentos significativos incluem “Bebidas e infusões para o lar”, “Produtos lácteos e ovos” e “Panificação, cereais e massas”.
A Eco Go mediu uma inflação de 4,8% em alimentos na segunda semana de janeiro, projetando uma inflação de 21,3% para o mês inteiro nesse segmento, o que representa uma desaceleração em relação ao mês anterior. A consultoria, liderada por Marina Dal Poggeyto e Sebastian Menescaldi, projeta uma inflação mensal de 19,8% para janeiro.
Por outro lado, a Fundação Libertad y Progreso observou que a inflação acumulada nas primeiras duas semanas de janeiro foi de cerca de 10%, indicando que o mês pode fechar com uma taxa entre 15% e 20%, dependendo da evolução nas últimas duas semanas. Os setores que mais sofreram aumentos foram aqueles com preços anteriormente atrasados, como transporte, comunicações e medicina.