Ambos são empresários e acusados de financiar e incitar os atos que resultaram nas invasões e depredações das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro do ano passado
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contrariou o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao autorizar a prisão Joveci Xavier e Adauto Mesquita. Ambos são empresários e acusados de financiar e incitar os atos que resultaram nas invasões e depredações das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro do ano passado.
Segundo Conexão Política, as prisões de ambos, que são do ramo supermercadista de Águas Claras (DF), fizeram parte da 25ª fase da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF), autorizada por Moraes na última quinta-feira (29).
No parecer assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, o órgão se manifestou favorável à adoção de uma série de medidas cautelares propostas pela
PF, como a quebra dos sigilos bancário e telemático; a suspensão de certificados de registros para coleção de armas de fogo e o cancelamento de passaportes em nomes dos dois empresários.
No entanto, não existe a recomendação da prisão preventiva.
“Intimada, a Procuradoria-Geral da República encampou parcialmente a representação da autoridade policial (exceto em relação à representação pela prisão preventiva)”, sustenta parte do texto.
A PGR recomendou ainda que fosse enviado um ofício à Meta, empresa responsável pelo controle do Facebook, Instagram e WhatsApp, para que fossem fornecidas informações e dados das redes sociais com o objetivo de submetê-los “a exame pericial com a finalidade de obtenção da materialidade de delitos”.
Mesmo não recomendando a prisão dos dois empresários, o parecer da PGR registra o apontamento da PF de que Joveci e Adauto “não se tratam de meros apoiadores distantes dos fatos, mas sim de organizadores e financiadores dos crimes, providenciando, com certeza, contratação e pagamento de veículo de som para propagação de ideais golpistas, e publicando vídeos e fotos, onde convocam e estimulam as pessoas a participar do movimento”.
Os investigadores, quando apontaram a necessidade da prisão dos dois acusados, basearam a alegação no fato de ambos serem “empresários conhecidos cuja aparente respeitabilidade atrai confiança social” e que, considerando sua capacidade econômica, poderiam tentar “escapar”.