Lula declarou que não considera problemático para o país um déficit de 0,1% ou 0,2% do PIB e que o governo pode priorizar outras questões mais importantes do que o cumprimento estrito de metas fiscais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à Record nesta terça-feira, 16, afirmou que ainda precisa ser convencido pela equipe econômica sobre a necessidade real de cortar gastos. Lula declarou que não considera problemático para o país um déficit de 0,1% ou 0,2% do PIB e que o governo pode priorizar outras questões mais importantes do que o cumprimento estrito de metas fiscais.
Ele argumentou que o crescimento do país e a melhoria da economia, emprego e salários são mais importantes do que alcançar um déficit zero. Lula criticou o foco em metas fiscais rígidas e ressaltou sua experiência e compromisso com a responsabilidade fiscal, afirmando que considera muitos gastos, especialmente em saúde e educação, como investimentos.
O presidente mencionou que o governo fará “o que for necessário” para cumprir o arcabouço fiscal, destacando sua seriedade na gestão fiscal. Ele enfatizou que tem mais experiência administrativa do que muitos críticos e rejeitou a ideia de desvincular benefícios sociais e trabalhistas do salário mínimo.
Na próxima segunda-feira (22 de julho de 2024), o governo anunciará um novo bloqueio de despesas, com valor possivelmente atingindo cerca de R$ 10 bilhões, conforme relatado pelo Poder360. A decisão final sobre os valores será tomada na reunião da Junta de Execução Orçamentária na quinta-feira (18 de julho).
Em 3 de julho, a equipe econômica já havia anunciado um corte de R$ 25,9 bilhões no Orçamento de 2025 para ajustar a parte fiscal, medida bem recebida pelo mercado financeiro. Lula reafirmou durante a entrevista que não pretende desvincular o salário mínimo de benefícios sociais e trabalhistas.