A preocupação com as contas públicas pressionou o real, que teve a segunda pior performance entre 23 divisas emergentes, superando apenas o peso chileno
Rumores de que uma ala política do governo é contra possíveis cortes de gastos para o próximo ano geraram um dia de incertezas sobre a saúde fiscal do Brasil e causaram estresse no mercado financeiro.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, caiu 1,39%, encerrando aos 127,7 mil pontos, com apenas quatro das 86 ações do indicador em alta. Entre as maiores quedas, destacaram-se Vale (-0,94%), Eletrobras (-2,51%) e B3 S.A. (-2,79%).
Por outro lado, as ações da WEG (+0,74%), Embraer (+1,48%), Petrobras (+0,12% ON; -0,18% PN) e RaiaDrogasil (+0,20%) terminaram o dia em terreno positivo. O dólar disparou 1,8%, cotado a 5,58 reais, impulsionado pelas incertezas com as eleições americanas e a falta de clareza no programa econômico de Donald Trump.
A preocupação com as contas públicas pressionou o real, que teve a segunda pior performance entre 23 divisas emergentes, superando apenas o peso chileno. Os juros futuros subiram em todos os vencimentos, com os prazos intermediários avançando até 22 pontos base e os longos entre 16 e 20 pontos base. A alta nos vencimentos curtos reavivou a possibilidade de uma terceira elevação da Selic ainda este ano, um temor que havia diminuído após Lula moderar as críticas aos cortes de gastos.
O mercado aguarda mais detalhes sobre os possíveis bloqueios e contingenciamentos a serem anunciados na segunda-feira, 22 de julho, quando a equipe econômica deve apresentar a avaliação de despesas e receitas do terceiro bimestre deste ano.