A proposta, trazida ao presidente pelo assessor especial Celso Amorim, ainda está em estágio informal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está discutindo com membros do governo a possibilidade de sugerir uma nova eleição presidencial na Venezuela, como solução para o impasse gerado pelo resultado das eleições de 28 de julho. A proposta, trazida ao presidente pelo assessor especial Celso Amorim, ainda está em estágio informal.
A ideia é realizar uma espécie de segundo turno entre o atual presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) e o opositor Edmundo González (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo, confirmou a vitória de Maduro, mas a oposição alega fraude e reivindica a vitória de González.
Para que a nova eleição se concretize, a proposta inclui ampliar a participação de organismos internacionais e observadores estrangeiros, negociar anistia para os atuais membros do governo chavista e considerar a suspensão das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
No entanto, existem dúvidas sobre a aceitação de um novo pleito por parte de Maduro e González, ambos alegando vitória. A possibilidade de uma nova eleição será discutida por Lula em uma reunião com os presidentes Andrés Manuel López Obrador (México) e Gustavo Petro (Colômbia), que ainda não ocorreu devido a incompatibilidades de agenda e discussões internas em cada país.
Atualmente, a posição oficial da diplomacia brasileira é pressionar Maduro para a divulgação das atas eleitorais com dados detalhados. No entanto, após 15 dias das eleições, o governo brasileiro admite que essa estratégia pode não ser eficaz, mas ainda planeja mantê-la por enquanto.
Lula criticou Maduro durante uma reunião ministerial em 8 de agosto de 2024, afirmando que, se o presidente venezuelano não provar sua vitória, não pode se queixar de ser rotulado como ditador por outros países.