Essa aproximação com o STF tem gerado descontentamento entre os congressistas
No seu terceiro mandato como presidente, Lula tem buscado fortalecer a parceria com o Supremo Tribunal Federal (STF), em parte para compensar a falta de maioria no Congresso. Essa estratégia tem rendido vitórias importantes ao governo, como a reversão da desoneração da folha de pagamento, que havia sido derrotada no Legislativo.
Essa tabelinha entre Planalto e Supremo irrita os congressistas, que receberam como uma declaração de guerra a decisão do ministro do STF Flávio Dino de suspender o pagamento de emendas parlamentares. Nos bastidores, integrantes da cúpula do Legislativo dizem que Dino, aliado de Lula, de quem foi ministro da Justiça, agiu sob encomenda do presidente da República. “O governo está indo para o enfrentamento com o Congresso com a ajuda do STF, para não cumprir acordos costurados pelo próprio governo”, disse a VEJA um líder de partido, que pediu para não ser identificado.
Contudo, essa aproximação com o STF tem gerado descontentamento entre os congressistas, especialmente após a decisão do ministro Flávio Dino de suspender o pagamento de emendas parlamentares. Nos bastidores, parlamentares acusam o governo de usar o STF para evitar cumprir acordos feitos no Congresso, o que aumentou a tensão entre os poderes.
Em resposta, os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, têm buscado renegociar as emendas, além de pressionar o governo por meio de ações como a rejeição de medidas provisórias e o adiamento de discussões orçamentárias. Apesar das declarações do ministro Alexandre Padilha de que o governo não influenciou a decisão do STF, as suspeitas de uma aliança estratégica entre Lula e o Supremo persistem entre os parlamentares.