O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, acusou Maduro de reivindicar “falsamente” a vitória e de utilizar a repressão para manter-se no poder
O governo da Venezuela declarou nesta quinta-feira, 29, que “não deve explicações” aos Estados Unidos sobre a reeleição de Nicolás Maduro, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nas eleições presidenciais de 28 de julho. A resposta veio após críticas do governo americano, que apontou falta de transparência no processo eleitoral, cujos resultados são contestados pela oposição e por parte da comunidade internacional.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, afirmou que “não devemos explicações a nenhum órgão estrangeiro, muito menos ao império hostil”, em uma mensagem divulgada no Telegram. Ele destacou que o resultado eleitoral foi “corroborado” pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que é controlado por aliados de Maduro.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, acusou Maduro de reivindicar “falsamente” a vitória e de utilizar a repressão para manter-se no poder. Miller elogiou os venezuelanos que continuam a protestar pacificamente e pediu que Maduro reconheça a vitória de Edmundo González Urrutia, representante da oposição, que, segundo Miller, teria recebido a maioria dos votos.
O governo dos EUA criticou ainda o CNE venezuelano, controlado por Maduro, por não apresentar as planilhas originais de apuração, como foi feito em eleições anteriores. A situação permanece tensa, com o governo venezuelano resistindo a pressões externas e a comunidade internacional exigindo mais transparência.