Segundo a advogada do jornalista, Tanieli Telles, a operação foi “desproporcional” e “abusiva”
A defesa do jornalista Oswaldo Eustáquio, atualmente foragido na Espanha, criticou duramente a revista íntima realizada pela Polícia Federal em sua filha de 16 anos durante uma operação em Brasília, ocorrida em 14 de agosto de 2024. A ação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte de uma investigação contra Eustáquio, que é conhecido por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a advogada do jornalista, Tanieli Telles, a operação foi “desproporcional” e “abusiva”. A advogada, que esteve presente durante as buscas na casa da esposa de Eustáquio, Sandra Mara Volf Pedro, em Brasília, afirmou que a filha do jornalista, Mariana, foi submetida a uma busca pessoal vexatória pela delegada da Polícia Federal. “Ela foi exposta. A busca pessoal foi vexatória. Apertar partes íntimas da menina. Depois disso ela entrou em desespero”, relatou Telles ao Poder360.
A defesa do jornalista ainda não teve acesso aos autos do processo que ordenou a busca pessoal contra Mariana e aguarda a liberação para tomar as medidas legais cabíveis. A operação, denominada “Disque 100”, foi acompanhada pelo Conselho Tutelar de Brasília devido à presença de menores de idade.
Em resposta às acusações, a Polícia Federal afirmou que a busca pessoal foi realizada “de forma superficial, sem exposição ou utilização de qualquer técnica invasiva”.
No contexto da mesma investigação, o ministro Moraes também ordenou o bloqueio das redes sociais do senador Marcos Do Val (Podemos-ES) e o bloqueio bancário de R$ 50 milhões. Do Val é suspeito de obstrução de Justiça após ter exposto em redes sociais o delegado da PF Fábio Schor, responsável por investigações contra Jair Bolsonaro.