Lula aproveitou o evento para reforçar que o ato representava uma “reparação” pelos danos sofridos por trabalhadores honestos durante as investigações da Lava Jato
Nesta sexta-feira, 13, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso contundente contra as privatizações, chamando de “imbecis” aqueles que defendem a venda da Petrobras. Segundo o presidente, as vendas da Vale e da Eletrobras não trouxeram benefícios para o povo brasileiro. Durante a inauguração do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ), Lula afirmou que a operação Lava Jato teve como propósito desmoralizar a Petrobras para viabilizar sua privatização.
“Disseram inúmeras vezes que o petróleo acabaria e que a Petrobras seria inútil. Quem fala isso é um bando de imbecis. Quando o petróleo acabar, a Petrobras será a maior produtora de biocombustíveis, etanol e hidrogênio verde no Brasil. Ela é muito mais do que uma empresa de óleo e gás, é uma indústria de energia”, destacou o presidente.
Lula aproveitou o evento para reforçar que o ato representava uma “reparação” pelos danos sofridos por trabalhadores honestos durante as investigações da Lava Jato. Ele enfatizou que, embora corruptos devam ser punidos, isso não deveria comprometer a operação das empresas estatais. “A tentativa era desmoralizar a Petrobras para vendê-la, e isso não podemos permitir”, afirmou.
O presidente também criticou a venda de ativos da Petrobras, como a BR Distribuidora, em 2019, e questionou os resultados das privatizações da Vale e da Eletrobras. Ele apontou que, apesar de agora serem empresas privadas, não houve melhorias significativas para o consumidor brasileiro. Lula comparou os altos salários dos atuais executivos com os valores pagos quando as empresas eram estatais, ressaltando a disparidade e a falta de benefícios para o país.
“O que a Vale tem produzido de novo para o Brasil? Nada. Em vez de investir em pesquisa e minerais críticos, estão vendendo ativos”, criticou.
No encerramento de seu discurso, Lula reforçou seu compromisso com as empresas públicas e a soberania nacional. “A Petrobras tem que se orgulhar. Não tenham vergonha de defender os interesses soberanos dessa empresa”, concluiu, dirigindo-se aos funcionários presentes.