O Brasil deveria ter assumido a liderança do Brics em 2024, mas adiou o comando em um ano por estar simultaneamente à frente do G20
A partir de 1º de janeiro de 2025, o Brasil retomará a presidência do Brics, seis anos após sua última gestão no grupo. Sob o tema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o país terá como principais pautas o combate à fome, à pobreza e a redução da desigualdade social.
Originalmente, o Brasil deveria ter assumido a liderança do Brics em 2024, mas adiou o comando em um ano por estar simultaneamente à frente do G20. Com isso, a Rússia presidiu o bloco em 2024. As atividades relacionadas ao Brics serão concentradas pelo governo brasileiro no primeiro semestre do próximo ano, segundo Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores. No segundo semestre, a agenda do governo se voltará à COP30, que ocorrerá em Belém, no Pará.
Uma das principais reuniões do Brics com a nova formação ampliada, incluindo Irã, Emirados Árabes, Etiópia e Egito, ocorrerá ainda esta semana na Rússia. Inicialmente, o presidente Lula participaria presencialmente, mas após sofrer um acidente doméstico, fará sua intervenção por videoconferência. Segundo o Itamaraty, a reunião abordará temas como a crise no Oriente Médio e cooperação financeira entre os membros, além de promover discussões sobre o multilateralismo e a reforma das instituições de governança global.
A adesão de novos países também será destaque na cúpula. A expansão do bloco segue com força, e, até o momento, 34 nações já demonstraram interesse em ingressar no Brics, das quais 23 formalizaram pedidos. Entre os mais recentes está a Turquia, que, em setembro, submeteu oficialmente sua solicitação, buscando diversificar suas alianças internacionais além do Ocidente. O país enfrenta obstáculos para se juntar à União Europeia, estando atualmente com as negociações congeladas.
Outros países interessados incluem a Sérvia, que vê o Brics como “uma alternativa real à União Europeia”, segundo o vice-primeiro-ministro Alexander Vulin, e a Venezuela, que aposta em sua riqueza de recursos naturais como fator de atração.