O bispo também destacou o sofrimento de pessoas enfrentando processos judiciais sem o direito ao contraditóri
No último domingo, 11, durante uma missa em Formosa, Goiás, dom Adair José Guimarães, bispo da diocese local, fez declarações de teor político em defesa dos manifestantes presos após os atos de 8 de janeiro, além de afirmar que o Brasil estaria vivendo uma ditadura. O discurso do religioso, amplamente compartilhado nas redes sociais, ganhou apoio entre grupos que defendem os detidos e criticam o governo federal.
Em sua fala, dom Adair citou a frase: “Quando o ímpio governa, o povo geme, e nós estamos sendo governados por ímpios”, acrescentando que o Brasil está “mergulhado numa ditadura” onde, segundo ele, a liberdade estaria ameaçada. O bispo também destacou o sofrimento de pessoas enfrentando processos judiciais sem o direito ao contraditório.
O vídeo de suas declarações viralizou entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), especialmente em relação à condenação de Adriana Ancelmo, uma das manifestantes que, segundo dom Adair, foi severamente punida por escrever a frase “perdeu, mané” na estátua da Justiça. “Como pode uma mãe, por causa de um batom, pegar 17 anos, tendo seus dois filhos pequenos?”, questionou.
O bispo ainda criticou a diferença de tratamento entre pessoas envolvidas em casos de corrupção, como no Rio de Janeiro, e aqueles que, em sua visão, defendem valores como “família, liberdade, religião e propriedade privada.” Ele finalizou dizendo que “quem aparece na TV enchendo a boca para falar de democracia e Estado de Direito não são democratas, são ditadores”, sugerindo a existência de presos e exilados políticos no país, o que, segundo ele, seria incompatível com uma democracia.
As falas de dom Adair José Guimarães têm gerado debates sobre a relação entre religião e política, especialmente em um momento delicado do cenário nacional.