A nosso ver, isso é resultado da proliferação indiscriminada de armas de fogo que existe na sociedade brasileira”, afirmou o ministro em coletiva
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira, 23, que o trágico ataque em Novo Hamburgo (RS), em que um atirador matou seu pai, irmão e um policial, reflete a proliferação descontrolada de armas no Brasil. O autor do crime, Edison Fernando Crippa, de 45 anos, possuía a arma registrada como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), mesmo com histórico de esquizofrenia.
Lewandowski anunciou que, a partir de 2024, o Ministério da Justiça reavaliará todos os registros de CACs com maior rigor. “Lamentável o que aconteceu em Novo Hamburgo. A nosso ver, isso é resultado da proliferação indiscriminada de armas de fogo que existe na sociedade brasileira”, afirmou o ministro em coletiva.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou nas redes sociais, condenando o acesso facilitado a armamentos. “A distribuição indiscriminada de armamentos na sociedade, com grande parte deles caindo nas mãos do crime, é inaceitável”, disse Lula em sua conta no X.
O caso reacendeu o debate sobre o controle de armas, e Lewandowski destacou que, a partir de 1º de janeiro, quando a regulamentação dos CACs passará do Exército à Polícia Federal, será feita uma revisão criteriosa dos registros. Ele mencionou que o Exército, que atualmente administra os CACs, enfrenta dificuldades técnicas devido ao grande número de armas registradas. Em junho de 2024, havia mais de 1,36 milhão de armas registradas para CACs, segundo dados obtidos pelo Estadão.
O ataque, que ocorreu entre a noite de terça (22) e a manhã de quarta (23), deixou nove feridos e resultou na morte de três pessoas, incluindo o atirador, que foi encontrado morto dentro de casa após um confronto com a polícia.