O presidente também comentou que, com o método de Caiado, o Brasil já teria mais soluções para o problema de segurança
Em uma reunião acalorada sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou sua fala final para responder ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que afirmou que seu estado possui uma situação de segurança pública satisfatória. Lula sugeriu, em tom irônico, que Goiás poderia ser exemplo para o país: “Eu tive a oportunidade de conhecer hoje o único Estado que não tem problema de segurança, que é o estado de Goiás. Eu peço para (o ministro da Justiça, Ricardo) Lewandowski ir lá levantar porque pode ser referência para todos os governadores”.
O presidente também comentou que, com o método de Caiado, o Brasil já teria mais soluções para o problema de segurança. “Imagina se todos nós tivéssemos a metodologia do Caiado. Possivelmente, a gente já tivesse muito mais soluções”, destacou Lula, ressaltando a intenção do governo de “unificar procedimentos, informações” por meio da PEC.
Caiado, porém, reafirmou sua oposição à proposta, defendendo que estados tenham autonomia para legislar sobre temas de segurança pública, e criticou a ideia de padronização nacional: “Sugeri que a PEC dê aos entes federados atribuição para legislar sobre legislação penal”, disse ele a jornalistas. Durante a reunião, o governador também foi enfático sobre sua posição de não adotar câmeras corporais para os policiais de Goiás. “Tenho que ter uma corregedoria séria, honesta, que não admita milícia. Não vou caminhar em uma situação como essa, a pagar salário e receber ordem do Congresso, da União, para dizer como vou me comportar em Goiás”, afirmou.
Lula, por sua vez, defendeu a transparência do encontro e destacou a importância de ouvir opiniões divergentes, inclusive ao abrir a reunião para a imprensa. “Havia pessoas que achavam que a imprensa não deveria cobrir toda a reunião porque poderia aparecer gente falando contra a PEC, ou não concordando com a ideia do governo. Eu disse que a gente iria abrir porque a reunião era para a gente aprender e para as pessoas falarem a visão que elas têm”, finalizou o presidente.