A investigação segue para a 2ª Procuradoria de Justiça Militar, em Brasília, e poderá resultar em denúncia por parte do Ministério Público Militar
Três coronéis do Exército Brasileiro foram indiciados após uma investigação policial militar (IPM) apontá-los como responsáveis por uma carta de 2022 que exigia que o comando da instituição impedisse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de assumir a Presidência em janeiro de 2023. São eles: o coronel da ativa Anderson Lima de Moura, e os coronéis da reserva Carlos Giovani Delevati Pasini e Otávio Machado Rezo Cardoso. A acusação baseia-se nos crimes de incitação à indisciplina e crítica indevida, conforme o Código Penal Militar, que prevê penas de dois a quatro anos de reclusão.
Um quarto coronel, Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, obteve uma liminar que suspendeu parcialmente os atos da sindicância que geraram o inquérito. A investigação segue para a 2ª Procuradoria de Justiça Militar, em Brasília, e poderá resultar em denúncia por parte do Ministério Público Militar.
A defesa dos coronéis alega falta de fundamentação nas acusações e afirma que a sindicância foi conduzida de maneira precipitada. Elder Alves da Silva, advogado do coronel José Otávio Machado Rezo Cardoso, nega a existência de teor golpista na carta e questiona a interpretação dos superiores. Segundo os advogados, não houve acesso prévio ao conteúdo da sindicância.
Felipe Trompowsky, defensor de Anderson Lima de Moura, acusa os responsáveis pelo IPM de interpretar dolosamente o conteúdo para construir uma narrativa de tentativa de golpe. Já Matheus Pires, advogado de Carlos Giovani Delevati Pasini, enfatiza que seu cliente não assinou nem escreveu qualquer carta destinada ao comando do Exército.