A afirmação de Barroso ocorre pouco após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro
Em evento realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Roberto Barroso, expressou preocupação com uma possível “nova onda autoritária” surgindo no cenário global.
A afirmação de Barroso ocorre pouco após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado pelo STF por suposta tentativa de golpe de Estado e pelos atos extremistas de 8 de janeiro. Barroso garantiu que o STF “estará lá para resistir a qualquer ímpeto autoritário importado de qualquer lugar do mundo”.
Apesar do cenário político internacional, Barroso minimizou impactos diplomáticos negativos para o Brasil, destacando o profissionalismo do corpo diplomático brasileiro. Ele também afirmou que, no Brasil, “a maior normalidade institucional” prevalece, com uma boa relação entre os Poderes. “Acho que o Brasil vive uma normalidade institucional com as divergências naturais de uma vida democrática”, declarou.
Atualmente, o Congresso discute projetos que podem impactar a atuação do STF, como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e propostas que limitam decisões monocráticas dos ministros. Barroso defendeu o direito do Congresso de debater essas questões, considerando o Legislativo como o fórum adequado para essas discussões. “Eu vejo com muita naturalidade o que está acontecendo no Brasil. A naturalidade dos Estados democráticos, com divergência e pontos de vista diferentes”, afirmou, reforçando que o STF permanece firme em seu papel de defesa da democracia.