O Ministério da Saúde anunciou novos métodos para reduzir o desperdício, incluindo a entrega parcelada de vacinas pelos laboratórios contratados
Dados do Ministério da Saúde, obtidos via Lei de Acesso à Informação, revelam que 58,7 milhões de vacinas perderam a validade entre 2023 e 2024, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse volume de descartes é 22% superior ao registrado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que acumulou 48,2 milhões de imunizantes vencidos em quatro anos.
Com cada ampola de vacina comportando mais de uma dose, o desperdício total chegou a 385 milhões de doses, mais do que as 217 milhões aplicadas na população. O prejuízo estimado alcançou R$ 1,75 bilhão, segundo o jornal O Globo. Este valor representa um dos maiores desperdícios desde o segundo mandato de Lula, quando o descarte somou R$ 1,96 bilhão. O montante perdido atualmente poderia ter sido investido, por exemplo, em 6 mil ambulâncias para o Samu ou em 101 milhões de canetas de insulina, que estiveram em falta nas unidades de saúde no primeiro semestre de 2024.
Em resposta, o Ministério da Saúde anunciou novos métodos para reduzir o desperdício, incluindo a entrega parcelada de vacinas pelos laboratórios contratados. A pasta também alegou ter herdado estoques com validade próxima do vencimento e criticou o governo anterior pelas “campanhas sistemáticas de desinformação” sobre a vacinação, fator que teria dificultado a adesão da população.
Dos imunizantes vencidos durante a gestão de Lula, cerca de 75% eram contra a Covid-19, além de vacinas contra difteria, tétano, coqueluche, febre amarela e meningocócica. A gestão do governo atual busca reformular o processo de distribuição para evitar novos casos, enquanto enfrenta pressões sobre o uso adequado dos recursos públicos destinados à saúde.